sexta-feira, 14 de maio de 2010

Metalinguagem


Boa tarde! Sou escritora e escrevo em um blog próprio. Recentemente participei de um concurso no qual fui selecionada para participar da Antologia. No item 5.9, vocês proíbem a participação de escritores que tenham textos já publicados. Gostaria de saber se estou possibilitada a participar do concurso e qual seria esse limite de exposição dos "textos publicados", já que publicar, segundo o Aurélio, significa: tornar público e notório; e o simples fato de escrever para um público (clube, escola, igreja), mesmo que restrito, é publicar. Abaixo o meu conto. Obrigada pela atenção.

Marta levanta e vai até a janela e vê uma linha presa em uma árvore. Meio que tateando o ar, questionou com gestos inexpressíveis para tal missão o seu possível encontro com aquela que naquele momento parecia ser imprescindível. Não satisfeita em ficar nas pontas dos pés, Marta debruça no parapeito esticando ao máximo seu tronco e, por conseguinte os braços. Nesse gesto impetuoso na busca daquela que iria cessar seus questionamentos sobre o porquê de ser e estar, Marta caiu. Caiu e com essa ação levou consigo os seus sonhos pueris e as palavras escutadas na fenda da porta: “- Na vida precisamos cair de cabeça nas oportunidades. Você é uma pessoa muito acomodada. É isso que você deixará de herança para sua filha??”
Segundo uma vizinha daquelas, que informam ao entregador, cobrador ou uma possível visita, o seu paradeiro mesmo que você não tenha dito a ninguém, ainda chorosa comentou:
- Martinha tava tão bunitinha. Parecia o Supermen, antes de ficar tetraplégico, é claro!!! Toda durinha, esticando os dois bracinhos. Parecia que ia voar para dentro da árvore.
Ao escutarem o depoimento da vizinha, Nélio, Pâmela e o inspetor Garcia sobem como fossem salvar Martinha e da mesma janela vêem a mesma linha que fez desligar Martinha. O pequeno e parrudo inspetor Garcia se estica e consegue puxá-la e com ela vem um esqueleto de varas em formato de uma raia. Com certeza, aquela pipa estava ali graças a uma outra.
Uma luz havia se apagado. Uma lâmpada se foi. E no grande ato de reciclagem a lâmpada será a ceifa.
Fim

- Porra, tá de sacanagem nê?! O cerol que é o vilão da história?!
- Ainda se diz escritora re-no-ma-da. Qualquer cuzão tem um blog. O final parece coisa da Embrafilmes e um diretor trapalhão... “A verba acabou pessoal.” - E riu sua risada acanalhada e vulgar.
- Sabia que aquele e-mail era merda.

4 comentários:

Mauro Castro disse...

Qualquer cuzão, realmente, pode ter um blog...
Há braços!!

Achado de Anis disse...

Acho que é o seu 1º eu-lírico feminino ou estou enganado? Interessante essa corrida no texto, mas é preciso ficar atento. Você meio que tomou bronca desses concursos ou é impressão minha?
abraço

Sentimentalidades-Todas disse...

oi moço!!!!!
passando para te ler (e rir)...
e, claro, agradecer pelas tuas visitas lá no meu cafofo virtual

abraços
Mônica

ebrifestante disse...

Certo dia li num desses livrinhos de educação (e não se deve entender livrinho como pejorativo, mas sim relativo a tamanho. É bom frisar...) Um camarada falando sobre o olhar. Entre explicações mais rebuscadas cheias de cientificismos que não cabem aqui, forma bem grotescamente generalizada, ele dizia que a imagem era primeiro projetada no cérebro, sendo assim, quem via na verdade não era a retina, mas o cérebro. Pois bem, isso me levou a pensar no seu texto e como ás vezes deixamos escapar sentidos mais profundos por olharmos “com os olhos” e não “através dos olhos”. Tudo depende do sentido que se dá, do sentido que damos a morte como ponto final ou como interrogação, a luz que vira navalha, de um blog que transmite algo e com isso transforma idéias, que gera discussões ou de qualquer cuzão (e ai, lê-se cuzão no sentido mais medíocre, e, medíocre no sentido de mediano... É sempre bom frisar...).
Bjs!