quinta-feira, 14 de maio de 2009

Salafrário salário



Trabalho, tripalium, valium, comprimido, dormindo, direto, despertando, disposto, soma, dia, noite, diminui, oprimido, voltando, viver, desejando, demais, opróbrio, objeto, abjeto, sub, reles, eles, tu, nós, nozes, Cascadura, subúrbio, condução, completa, repleta, odores, trabalhadores, cansados, caçados, suados, sonolentos, famintos, fortuitos, sorte, espadachins, guerreiros, cavalheiros, Jorges, Marias, Josés, fé, ré, mé, felizes, valentes, tristes, indo, voltando, inertes, vazios, cheios, desacreditação, humilhação, sentindo, sentido, trabalhar, estupro, consentido.

Autores: Eduardo Martins e Luiz Carlos Vasconcellos

20 comentários:

D.J. Dicks disse...

ola, bom texto.

Leandro Noronha da Fonseca disse...

O trabalho escravo, infelizmente, ainda é uma realidade aqui no Brasil. Isso é um sinal de que temos ainda muito o que aprender, e para que o nosso país tenha realmente a desejável "ordem e progresso", devemos, à princípio, começar pela educação, e depois, deixarmos os preconceitos de lado junto com nossos atos animalescos.
Curti o blog, principalmente o texto "O sapato branco".
abraços.

hasta!

fab disse...

Sem o explorado não haveria tanto nas mãos de tão poucos, parceiro. Belo texto.
Forte abraço.

Camila Barbosa disse...

ótimo!
sem mais..

Beijão ;)

Achado de Anis disse...

Diante do exposto:
"Na segunda-feira eu não vou trabalhar
É, é, é a
Na terça-feira não vou pra poder descansar
É, é, é a
Na quarta preciso me recuperar
É, é, é a
Na quinta eu acordo meio-dia, não dá
É, é, é a
Na sexta viajo pra veranear
É, é, é a
No sábado vou pra mangueira sambar
É, é, é a
Domingo é descanso e eu não vou mesmo lá
É, é, é a
Mas todo fim de mês chego devagar
É, é, é a
Porque é pagamento eu não posso faltar
É, é, é a

E quando chega o fim do ano
Vou minhas férias buscar
E quero o décimo-terceiro
Pro natal incrementar
Na segunda-feira não vou trabalhar
É, é, é a
É, é, é a

Eu não sei por quê tenho que trabalhar
Se tem gente ganhando de papo pro ar
Eu não vou, eu não vou
Eu não vou trabalhar
Eu só vou, eu só vou
Se o salário aumentar
É, é, é a
É, é, é a

A minha formação não é de marajá
Minha mãe me ensinou foi colher e plantar
Eu não vou, eu não vou
Eu não vou trabalhar
Eu só vou, eu só vou
Se o salário aumentar
É, é, é a
É, é, é a

Tô cansado..."
E tenho dito.

D.J. Dicks disse...

so voltei para retribui a visita.

Eduardo Martins disse...

À propósito, o trabalho não precisa estar nos arquétipos das escravaturas de séculos anteriores para configurar-se escravo. Hoje, o escravo é chamado de colaborador, por exemplo, e mais outros eufemismos.

Celita disse...

É chamado de estagiário também!

João Gilberto Saraiva disse...

Legenda: Pai, você foi meu herói, meu bandido.

----x----
Celita:
Estagiário ou bolsista nas universidades! xD

Anônimo disse...

"Escragiário"? rs

João Gilberto Saraiva disse...

Gostei do post e do comentário do Eduarmo!

Valeu.

D.J. Dicks disse...

ola outravez!

D.J. Dicks disse...

eu again
posta algo

Ebrifestante ;D disse...

A minha liberdade se esvai todas as noites quando meus pensamentos exaustos se voltam para o martírio cotidiano do dia seguinte, se vai todas as manhãs quando escovo os dentes e me visto para a labuta, quando me vejo em meio à turba espremida no container Mercedes Benz (completa, repleta, odores, trabalhadores, cansados), na repetição dos gestos, das falas, nos míseros três dígitos no contracheque, no aumento da força motriz do Capitalismo, nos meus desejos negados, meu cartão abarrotado, na venda barata da minha força de trabalho por um mundo de sonhos dezoito andares abaixo (trabalhar, estupro, consentido).

SONACIREMA disse...

"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da
beleza, porém, desviamo-nos dele.
A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou
no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar
a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da produção veloz, mas nos
sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em grande escala,
tem provocado a escassez.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa
inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de
humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de
afeição e doçura!
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido."
(Charles Chaplin, em discurso proferido no final do filme O grande ditador.)

Muito bueno!

Eduardo Martins disse...

Ebrifestante,
É por isso e outras coisas mais que te amo... Espero que consiga resgatar-se desse abismo de dezoito andares e veja que há um mundo lá fora de pessoas que andam.
bjo

Raquel disse...

é phoda, mas é verdade.

Anais da Sociedade disse...

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé

Leonardo Villa-Forte disse...

McBrasil!
muito bom. parabéns.

Alessandro Tristão disse...

O funcinário é trabalhador desacreditado que vive oprimido pela vida que vive, dormindo pouco e sendo humilhado quase todos os dias. Há disposição pra viver neste opróbrio??? Abraços!